quarta-feira, 23 de março de 2011

João Germano com Gênero Humano?

A primeira vez que tentei dizer eu te amo, não consegui.

Confesso que tive medo; medo do que estava sentindo, e do impacto que aquelas simples palavras poderiam causar.

Fui covarde. Esperei escutar um Eu te amo tímido, para então, desflorar todo o Eu te amo preso em meu coração. O Eu te amo certo, o incerto, e o que não fazia a menor ideia de seu próprio significado.

Depois, confesso que aconteceu o mesmo. Eu te amo confundiu-se com um simples Boa Noite ou um Até logo.

Mas acho que devemos nos desviar da etimologia do Eu te amo e passarmos a encará-lo como algo mais profundo, mais intenso.

Eu te amo é uma parte do amor fracionado, que não deve ser avaliado apenas com simples palavras. Quero olhar nos seus olhos ao vê-la dizer que me ama, quero escutar sua voz ao ouvi-la dizer que me ama.

Passemos a entender que o amor é um conceito vago, usado para definir um estado contínuo de apreço, apego e carinho.

Eu te amo seria a conjunção de tudo o que sinto; às vezes, desprovido de um ou outro elemento, o que não o torna incapaz de expressar a realidade.

O Eu te amo, até mesmo, pode tornar-se o Eu te Odeio. Eu te Odeio, mas te Amo. Paradoxal, não? O conceito de odiar está justamente na possibilidade de não poder, ou conseguir, amar.

Eu te odeio porque não me amas. Eu te amos porque me odeias. Eu te odeio de uma forma bem particular, que certas vezes confunde-se com uma intensa paixão sem virtude.

Creio que o grande problema do Eu te amo, não esteja em si mesmo, e sim, na espontaneidade e gratuidade como é dito.

A grande verdade, é que poucos de nós damos valor, ao que realmente tem valor. Tenho certeza de que, se o Eu te amo fosse cobrado a preços reais, de moeda corrente, a paixão, o casamento, e até mesmos namoros, estariam, sem dúvida, em início de extinção.

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