terça-feira, 3 de maio de 2011

A Alma e o Corpo

Há uma grande ignorância por parte da população em não entender a dor de tais pessoas. Os heterossexuais, como eu, ou até mesmo homossexuais não conseguem ter a sensibilidade de entender de que talvez exista e deve existir a possibilidades de uma alma feminina nascer erroneamente em um corpo masculino. Isso se deve a crenças ortodoxas que estamos intrinsecamente ligados desde quando nascemos. Crenças estas expostas pelas religiões mais “populosas” do mundo. Digo populosas, e não populares, porque não consigo entender como um ser humano pode servir a uma fé cega, sem pré-questionamentos ou entendimentos marginais. Ninguém quer se tornar “mulher” pelo simples fato de achar mais “bonito” o sexo feminino. Há uma preponderância interna, uma dor, uma luta, que não deveria existir. Devemos aceitar outrem do jeito que ele é. Com seus anseios e desejos, que não venham a causar mal nenhuma a coletividade. Uma pessoa quando nasce com apenas uma perna é vista com compaixão por seus semelhantes, o mesmo quando não acontece quando este “erro” aparece de forma interna. A Justiça sueca mostrou-se sensata e inteligente, como muito não acontece em nosso mundo; repleto de julgamentos e sermões baratos, que em nada explicam as diferenças existentes entre nós. Ficamos presos ao conceito da culpa; ao prelúdio da punição divina. E desculpe quem não concorda, mas considero uma grande bobagem. A tradição nos ensina que o sexo leva ao casamento e assim à família. Mas eu discordo, entendemos que o sexo está ligado ao amor e do amor, o casamento, mesmo este sem o poder de gerar um filho. Aprender a aceitar as diferenças é o primeiro passo de aceitarmos nossas próprias diferenças. As mesmas que às vezes escondemos com medo da crucificação ou retaliação popular.

Um comentário:

  1. Acho que o problema é que vivemos em uma sociedade hipócrita, porém, hipocrisia esta que não vem de hoje, vem de muito tempo atrás.

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