terça-feira, 10 de maio de 2011

Males Que Vem Para o Bem

Minha experiência pessoal em superar os conflitos existenciais provavelmente serve de base para uma aplicação sui generis.

Todos nós temos nossas “crises”. Amorosas, financeiras, afetivas, entre outras. A sociedade oferece válvulas de escape. Exemplos: drogas farmacêuticas, de rua, jogos de azar, compulsão sexual, “noitadas”, tabaco e as pior de todas: o álcool.

Segundo a OMS, quem bebe de 15 em 15 dias é alcoólico. Há uma visão deturpada do alcoólico. A gente sempre imagina o sujeito jogado ao chão ou o gênio afogando seus pensamentos em uma garrafa.

A diferença entre aquele que já está todo destruído e do gênio é que eles já não vivem mais como a maioria: não vivem mais em negação. Reconhecem o problema, porque foram muito longe.

Já o indivíduo “normal”, sempre arruma desculpas para escapar da vida. “Minha está ruim”. “Minha vida é muito boa”. “Não estou conseguindo lidar com tanto trabalho”. “Estou triste”. “Eu tenho o direito de me divertir”. Em suma, explicação é o que não falta.

O mesmo com benzodiazepínicos; um comprimido de Rivotril aqui, outro Frontal ali, e por aí vai.

Não dá para abranger tudo. Cada um tem a sua válvula de escape. Alguns encontram atividades saudáveis, mas não quer dizer que também não pratiquem as que não são saudáveis. O sujeito meio que justifica uma ruim fazendo uma boa.

A minha forma de superar é visualizar uma foto das pessoas as quais eu me relacionei. Não há ninguém em específico. Eu vejo a foto (até comigo nela) e penso: putz, realmente isto só atrasou minha vida.

Outras vezes a crise é mais forte e eu então vou a lugares em que tive uma terrível experiência ou tento conversar com fulano, tentando reconhecer o padrão mental medíocre que eu também utilizava.

Não sei. Comigo funciona. E vou dizer o que não é nenhuma mentira: eu posso ainda ser muito mais ferrado dos que ainda estão vivendo a ilusão.

Aliás, quem vive a ilusão é sempre mais feliz. O Maia, segundo o budismo. Veja que Sidarta conheceu a dor depois de viver entre os pobres. Que Gandhi mudou depois de ter sido expulso de um trem devido a sua etnia.

Ao menos eu acordei e saí da negação. É neste momento que tudo fica mais difícil. É quando, um ato errado, acarreta uma terrível sensação de culpa. É quando você começa a ser perseguido por pensar diferente; como um falso profeta (lembra da famosa frase: ele fazia um monte de besteira e agora quer dar lição de moral).

Nós podemos, sim, aprendermos muito mais com os “errados” do que com os que sempre se mantiveram em equilíbrio; já que ao nos basearmos nas más experiências vividas por outros, evitamos aplicar em nossas vidas.

Para finalizar, eu li uma entrevista do cantor Moby (famoso por músicas melancólicas) dizendo que não bebe mais por causa de um problema no fígado. Agora, como tem insônia crônica, ele fica acordado a noite inteira, observando as luzes de New York. Ou seja, tem males que vem para o bem.

Alegria Sempre!


Texto sobre Solidão, escrito e narrado por Paulo Coelho: http://www.youtube.com/watch?v=1a_bMy1K4nk

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