quarta-feira, 18 de maio de 2011

Suicida Bom de Papo!

Sentado na varanda de seu sítio em Itaipava, Região Serrana do Rio de Janeiro, Paulo conversava sobre sua vida particular com sua mais antiga e melhor amiga, Andréia.

- Acho que estou pensando em me matar. – disparou, ao dar um gole no whisky.

- Não é meio paradoxal “achar” que estar “pensando” em se matar? – retribuiu, com gargalhadas.

- Não, é sério. – disse, olhando-a de forma furtiva. – Estou pensando em cometer suicídio.

- E por qual motivo? – ela quis saber, bebendo um gole do copo do amigo.

- Sei lá. – disse, dando de ombros. – Pelo mesmo motivo que não sei. Um completo tédio tomou conta de minha vida.

- E dar um tiro na cabeça vai dar mais excitação a ela? – falou, ajeitando-se na cadeira.

- Quem disse que eu vou me matar com um tiro? Sou um “pseudo suicida” medroso! – falou, divertindo-se com suas próprias palavras.

- Como vais se matar, então? – perguntou, acendendo um cigarro, sucedido de um trago e um forte cheiro de tabaco no ar puro da serra.

- Você vai me matar. – contou, fitando-a com profundidade.

- Aí não seria suicídio. Seria homicídio, não acha?

- Tem razão. – disse, apontando para o bar. – Você poderia pegar mais uma dose do whisky? Ando tão entediado, que nem forças eu tenho para continuar com meu alcoolismo.

- O álcool vai acabar te matando. Isso sim. – disse, pondo-se de pé e enchendo outro copo de whisky com gelo. – Tome. – continuou, voltando a sentar-se. – Já decidiu como vai morrer? – retornou a conversa.

- Envenenado. – disparou, dando uma golada na bebida.

- E como? – perguntou, sorrindo.

- Com o copo de whisky que você acabou de fazer pra mim!

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