Um jovem guerreiro tinha decidido se vender a um
Ludus com o fim de aprimorar suas táticas de luta.
Usara as moedas para comprar vestimentas e doou o
restante para sua família, que vivia em um vilarejo assolado pela destruição e
miséria.
Virou escravo durante anos, vencendo inúmeras lutas,
mas adquirindo diversas cicatrizes.
Certa manhã, quando o mesmo já havia ganhado a
liberdade, espantou o justo dono do Ludus, ao fazer sua mala.
- Pensei que
não fosses desistir. – disse o dono do Ludus com decepção em seus olhos.
- Mestre, eu nunca irei desistir. Sei que não estou
pronto o bastante, mas percebi a diferença entre a Arena e a vida real.
- E qual a diferença?
- Na Arena, você sabe como irá lutar. Você tem armas
e preparo para lutar. Já a vida não nos prepara e nem sempre nos fornece as
armas que precisamos. Para ser um grande guerreiro, preciso aprender a arte do
improviso, e esta arte só é aprendida quando somos levados a improvisar.
O dono do Ludus sorriu, estendendo a mão para um aperto:
Prometa-me apenas uma coisa. Não seja tolo o bastante para se vender novamente
como um escravo.
O jovem, repetindo a risada do mestre, concluiu: nós
somos escravos de nossos sonhos e conceitos. Farei o mesmo quanto for
necessário, até encontrar a paz e o caminho da felicidade.
E ao sair do Ludus o jovem foi atingido por uma
flecha. Infelizmente, ele ainda não havia se dado tempo o bastante para
conhecer um arqueiro.
Uma história bonita pode ser tola. Uma história tola
pode ter muitos ensinamentos. E a aflição em enfrentar o mundo, pode levar
qualquer um à decepção.
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