quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O Silêncio é Sagrado


Não chovia há meses no povoado e seus moradores começavam a ficar desesperados.

Reuniram-se diante do líder tribal pedindo uma solução.

Ele então exigiu: a seca acabará.

Todos soltaram um ar de alívio. Mas o mesmo continuou: desde que vocês queimem tudo que já foi colhido.

- Mas como podemos ter certeza de que a chuva voltará a cair? – perguntou um aldeão.

- Não podem.

Eles debateram durante horas até que parte do grupo pegou a colheita e partiu da aldeia. Já a maior parte colocou fogo em tudo, dizendo: é um pecado duvidar da sabedoria do líder. Os que desertaram serão assolados por uma grande maldição.

Contudo, dois rapazes, depois da fogueira, começaram a colher o que não tinha sido recolhido, nem queimado.

Então uma forte chuva se alastrou pelo povoado, carregando tudo. Destruiu plantações e plantações. 

De longe, os que haviam recolhido a colheita zombaram dos aldeões. E no povoado, todos enfurecidos procuraram o líder.

- Eu prometi chuva. E a chuva aí está. – disse apontando para o céu.

A chuva então cessou. Meses depois, metade do povoado tinha morrido de fome e quase todos os homens que recolheram os mantimentos também. Os dois rapazes, contudo, viveram a bonança, no silêncio da sabedoria.



Reflexão: Cuidado com o que você pede; você pode ser atendido. Esteja atento aos sinais, pois um pequeno detalhe pode fazer toda a diferença. E nunca zombe de quem parece ter sido derrotado, pois a sua derrota está a caminho e seu riso pode cegar toda a sua percepção.

Bem-aventurados os que agem com paciência e em silêncio; pois o silêncio é virtude dos sábios. E o silêncio não é egoísta, ele é sagrado.

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