terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Parábola do Viajante

Certo rapaz estava parado em uma estrada.

Esta estrada continha quatro direções diferentes; sul, norte, leste e oeste.

A primeira estrada se parecia muito bem pavimentada; mas nada se podia ver através de seu horizonte.

A segunda, com muitos buracos, mas com belas colinas à distância.

Na terceira, de terra, podia-se ouvir um pequeno barulho de uma cachoeira perdida entre os vales.

A última, de tanto não ser usada, havia sido encoberta pelo mato, e o rapaz conseguia sentir o aroma das flores vindo de lá.

Parado, em meio à estrada; ele tinha consigo muitos mantimentos. Também tinha uma enorme garrafa com água, livros, e moedas de ouro, que o fariam comprar todo o mundo, caso desejasse.

Parado, ele parecia ter tudo; mas ali, continuava a ser infeliz. Ele não entendia o porque de tanta infelicidade; já que levava consigo tudo o que o homem ensinara a ser felicidade. A comida o manteria alimentado, a água o refrescaria do calor, os livros o dariam todo o conhecimento que quisesse, e as moedas comprariam tudo mais que faltasse.

Mas ele continuava infeliz.

As estradas pareciam tentadoras; mas ao mesmo tempo, não sabia se teria coragem para caminhar através delas.

Sentado, ele começou a chorar; e o choro se estendeu durante toda sua vida.

Com medo, pensou em cruzar a estrada que o parecia mais fácil.

Com ainda mais medo, deixou de descobrir as belas colinas que cercavam a estrada esburacada.

Sentado, não aproveitou a exuberante cachoeira, que se escondia atrás dos vales.

E chorando, deixou de sentir o tão suave aroma das flores; que continuaram ali, à espera de alguém capaz de encontrá-las.

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