terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Ter ou não ter. Eis a questão.

Por que compramos algo? A resposta poderia ser: para satisfazermos nossas necessidades.

Mas quais são estas necessidades? Muitas que vão das fisiológicas às psicológicas.

É normal que ao sentirmos fome nós procuremos um prato de comida.

Ou quando estamos com frio um casaco.

Porém gostaria de levantar uma questão que muitos de nós fazemos e sequer percebemos.

Um exemplo.

Você está com fome. Certo? Há dois lugares os quais você pode ir. O primeiro, um restaurante caríssimo, o segundo, um popular. Agora vamos partir do pressuposto que você tem muito dinheiro, muito mesmo, e que os dois restaurantes se equivaliam na qualidade, e no atendimento, sendo a única diferença: o preço.

Entre os dois, qual você escolheria?

A maior parte de nós, é claro, o luxuoso.

Outro exemplo.

Você mora numa grande metrópole. Com sinais de trânsito e ruas engarrafadas dificilmente conseguirá andar de carro a mais de 60 km/h, e se conseguisse, teria como limite, pela lei, 120 km/h.

Um velho amigo que acabou de ganhar na loteria, o procura. Ele diz que decidiu que o dará um carro, em troca de anos e anos de amizade.

Você tem duas opções.

Uma Ferrari zero quilômetro ou um carro igualmente luxuoso com todos os recursos de segurança e de conforto.

Qual você escolheria?

Sem dúvida: a Ferrari.

O que quis demonstrar nestes dois exemplos é que na maior parte das vezes nós compramos marcas, sonhos, e não verdades.

Pra que escolheríamos um carro que anda a 300 km/h, sendo que nunca pensaríamos, ou, poderíamos andar a esta velocidade?

Pra que um celular com dez mil opções sendo que não usaremos nem 10% delas?

Pra que um restaurante tão luxuoso, quando poderíamos comer, com a mesma qualidade, próximos a nossa casa?

Por incrível que pareça minhas indagações não tem a intenção de questionar.

Qual seria o prazer em termos uma Ferrari?

O fato de ninguém mais poder ter.

Isso se aplica também as roupas, aos acessórios, e a todos os outros bens caríssimos.

O ser humano na maior parte das vezes sente prazer em ter, ou ir a certos lugares simplesmente pelo fato de que outras pessoas não podem fazer o mesmo.

Alguém pode me dizer que não. Tudo bem. Mas se imagine dentro de uma Ferrari, circulando em uma movimentada rua, à vista de todos os seus amigos e conhecidos.

Onde está o prazer?

Ou, você desfilando com aquela blusa caríssima que ninguém mais pode ter.

Em suma, o preço das coisas não está, na maior parte das vezes, no prazer (em si) que ela nos proporcionará.

O que podemos ver é que certas veze, compramos sonhos. E outras, vivemos dentro destes sonhos.

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