segunda-feira, 21 de março de 2011

Pedra Bruta

Resposta ao texto de Paulo Coelho: http://g1.globo.com/platb/paulocoelho/2011/03/22/quando-o-discipulo-esta-pronto-o-mestre-desaparece-2/

O discípulo conhece o Mestre.

Naquele momento o discípulo nada mais é do que uma pedra bruta a ser lapidada.

Perdido e tentando se encontrar, o Mestre tem o papel de desvendar o aluno.

Desmontar pedaço por pedaço. Procurar por danos reparáveis. Outros, que podem ser escondidos.

O aluno é denso, o mestre leve como uma pluma.

O mestre descobre todas as fraquezas e medos do discípulo. Então começa a trabalhar.

Quando o discípulo sente-se pronto, ele pode virar as costas para o Mestre.

Não por traição, mas porque ele é aquele que faz o, agora mestre, lembrar-se de todas as suas fraquezas. E ninguém gosta de ficar relembrando as derrotas ou de quem um dia já foi.

Procurar um novo mestre pode fazer com que a pessoa tenha novas percepções, corrija outros defeitos e trabalhe com maior segurança.

Porém o olhar do antigo Mestre. Aquele olhar penetrante nunca irá de assustar o sempre discípulo, que por mais poderoso que possa ter se tornado, sabe quem conhece todas as suas feridas. O valente homem nunca deixou de ser aquela pequenina criança que se escondia debaixo da cama.

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