Pode ser meu lado artístico ou apenas a minha personalidade, mas eu não funciono sob pressão. Ansiedade já basta a do mundo. Quando entro em contato com uma pessoa ou um trabalho “ansioso”, eu já reparo que não vai funcionar.
A ansiedade já me fez perder diversas oportunidades. Já escutei, de um ex-amigo e produtor de Cinema, que eu deveria controlar minha ansiedade, porque eu deixava todos ansiosos.
Por exemplo: hoje acordei 6 da tarde e tinha um monte de e-mail. Faça isto. Faça aquilo. Não se esqueça disto. Não se esqueça daquilo. Calma. Fui escrever minhas frases e um capítulo do livro. A luz faltou. Então de novo, mais mensagens: faça isto, faça aquilo. Se quiser me irritar, é este o caminho.
Não é à toa que as empresas do Vale do Silício não são ortodoxas quanto ao método de trabalho. Um funcionário da Microsoft, por exemplo, tem não sei quanto tempo para produzir. Deve ser porque a Informática também é um ramo que demanda criação e a inspiração não tem hora marcada.
Tem momentos que eu sento para escrever e fico ali cinco horas. Outros, cinco minutos.
Por isso eu amo a madrugada. Não tem quase ninguém para nos incomodar.
Minha avó costuma dizer que eu e minha mãe temos algo em comum: nos comunicamos quando queremos.
As pessoas, ainda mais nos centros urbanos, tendem a funcionar a 200 quilômetros por hora. E eu, que passei a maior parte do tempo no Interior, em comunidades alternativas, não funciono deste jeito.
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