domingo, 17 de abril de 2011

Força!

Estava hoje à tarde escrevendo e acompanhando o Twitter. Quando o Walcyr Carrasco entrou, teve que responder a várias pessoas pedindo um “papel”.

Ninguém duvida do talento da pessoa. Ninguém entra no mérito das reais intenções. É bacana alguém dizer logo para o que veio.

O que não pode acontecer é perder a paciência e ofender uma pessoa porque ela não irá satisfazer a sua vontade.

Não estou entrando no meu lado protetivo. Não é mentira para ninguém a admiração que eu tenho com o Carrasco.

Vou usar o meu exemplo: a única coisa que eu já pedi do Walcyr foi um agente literário. Ah, e uma garrafa de Whisky. Também ganhei o livro “O Homem Invisível”.

Entenda: a jornada é sua. É você que terá que conquistar espaço pelo mérito. Sim, algumas pessoas irão ajuda-lo. Ninguém chega lá em cima sozinho. Da mesma forma de que quem está lá em cima consegue puxar todos (mesmo querendo).

O que mais vemos no meio artístico é uma “troca de favores”. Acredite: é melhor escutar a verdade a ser iludido.

Stallone escreveu Rocky – Um Lutador, logo depois de ter sido “expulso” do curso de ator por “falta de talento”. A professora até sugeriu, de boa vontade, para ele procurar outra área.

Stallone desistiu? Não. Stallone tem talento? Não. O que Stallone tem que você não tem? Força de vontade. Ele ficou 7 anos com o roteiro de Rocky, fazendo bicos aqui e ali.

Robert Downey Jr. vendia calçados para ganhar a vida. De Niro dirigia um táxi. Walcyr Carrasco veio uma família pobre. Paulo Coelho ficou com “O Alquimista” encalhado durante cinco anos. John Grisham levou 56 recusas das editoras. A autora do Harry Potter teve que publicar o romance em uma pequena editora. Stephen King jogou seu primeiro romance no lixo! E por aí vai!

Acredite mais em você. Não fique esperando que os outros acreditem. Dificuldade não é novidade. Eu tive o sustento da minha avó. Nem imagino o que é passar necessidade ou precisar de dinheiro.

Mas sabe o que eu fiz depois que concluí, com 17 anos, meu primeiro romance? Escrevi mais 30. Se eu fosse me basear na recusa, já teria largado.

Um artista também precisa de um plano B. Uma fonte de renda até ele atingir a meta. Muitos não sabem, mas várias “cadeiras” da Academia Brasileira de Letras sobrevivem com a pensão paga pela ABL de 8 mil reais.

É chato não poder fazer nada. Ninguém se sente bem ao dizer não. Pegue o seu não e transforme em um sim.

Eu sempre digo que não tenho pressa. Ainda não cheguei nem aos 30. A ansiedade já me tirou uma editora, a Rocco. Eles entraram em contato dizendo que queriam produzir 1 livro por ano e eu fiquei tão aflito que decidiram que eu não estava “maduro”.

Eu entendo como é quando o desespero fala por nós.

Mas fique tranquilo. Mantenha a harmonia. Não desanime. Estude mais. Escreva mais. Procure ambientes com pessoas que podem ajuda-lo no ofício. Não negue uma pequena oportunidade. Prepara-se para ser criticado. O que você não pode fazer é desistir.

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