Pego a vida pelos braços
E a transformo em dias
Poesias
Deixando ao alvedrio dos percalços.
Pego a vida pela mão
Buscando um significado
Vazio acompanhado
Uma arritmia poética do coração enclausurado.
Pego a vida pelos dedos
Tentando não machucar o que já foi machucado
Percorrendo distâncias, de um crime tentado
Na solidão de dois sonetos não amados.
Escapa-me a vida por um triz
Escorrendo pelo paradoxo inexorável
Do ser, existir
Da dúvida inquestionável.
Olho a vida apagar-se
Na centelha sem fogueira
Do fogo sem calor
Da dor, do amor, de tudo o que passou.
Esqueço-me da vida
Deixo-a de lado
Corro descalço
Pela estrada não trilhada da felicidade extraviada.
O fim esperado
Que repousa no inesperado
Do hoje, do ontem
Do amanhã desesperado.
* Em memória do meu tio Maurício, que pouco conheci, mas sua dor fui capaz de sentir.
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