A força de uma simples expressão. A rendição pelo olhar. A alma que sai da palavra e cai direto no coração. Sem dúvida uma comunicação real é muito importante quando se quer conhecer alguém em sua totalidade. A palavra escrita apesar da oportunidade que dá ao remetente de fazer e refazer palavras certas e incertas consegue ludibriar, persuadir e esconder o que realmente sentimos.
Marcelo sabia disso tudo. E muito mais.
Seu desconforto não estava na falta de tempo. Sempre há tempo quando realmente nos dispomos a fazer o que trará a alegria.
Mitigado, diferido ou exíguo, a grande verdade é que podemos muito bem fragmentar o dia em momentos de responsabilidade e de satisfação; mesmo que os dois possam caminhar lado a lado.
Agora, sem palavras complicadas, e mea culpa de ambos, cabe a nós decidirmos o que realmente importa; o que realmente vale à pena lutar e seguir adiante.
Certos ou errados, incautos ou preparados, tenho a plena convicção de que iremos conseguir superar o já exposto lado da abstração e levar ao plano lógico e real tudo aquilo que imaginamos quando nos debruçamos ao travesseiro.
Mas depois de tantas palavras que tentam delinear e contornar uma série de sentimentos pairava uma grande dúvida na cabeça de Marcelo: teria ele escolhido tal pseudônimo ao acaso, ou estaria, mesmo antes de conhecê-la, referindo-se a ela de forma inconsciente? Seria ele o verdadeiro Marcelo ou apenas um reflexo do que viria a conceber? Poderia ela mudar os rumos de sua vida, ou estaria ele fadado a inércia de ser vítima de si mesmo?
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