terça-feira, 26 de julho de 2011

A Cura

Um paralítico tentava atravessar uma movimentada e nada conseguia. Sinal abria, sinal fechava. Ninguém ajudava. A cadeira já estava desgastada. E ele sem forças para empurrá-la.

Em uma de tentativas, ele foi ao chão. Caiu e não conseguiu se levantar. Ninguém quis ajudar. Não porque eram ruins, mas porque andavam com pressa; com o emprego à espera.

O aleijado se sentia como um homem invisível. Literalmente. Uma vez ele conhecera um homem que prometera ensina-lo a andar. O homem era simpático. Deu até um livro. Pediu para escolher. E o aleijado escolheu logo “O Homem Invisível”.

Infelizmente o homem não o ajudou a andar, mas vamos devagar. A história deve continuar. Sem chorar ou lamentar.

Caído ao chão, lá se veio um grande figurão. Homem de baixa estatura, mas de vigor incrível. Levantou rapidamente o aleijado e começou a empurrar o carrinho. Comovido, agradeceu diversas vezes. Porém o “obrigado” nunca veio. Claro que o homem fazia por algum motivo além de altruísta. O que cai do céu é só chuva, avião, meteoro e balão, eu acho.

Foi então que o homem o conduziu até o trabalho. Apressado disse que teria que voltar ao trabalho. O aleijado não entendeu nada. Então, com uma enorme vontade de pedir perdão, sentiu um impulso na espinha e deu um salto da cadeira.

Correu em direção do homem e deu um apertado abraço.

- Você me curou! – gritou o agora não mais aleijado.

- Não. – respondeu o homem. – Eu só o guiei pelos buracos e sua gratidão o fez andar.

- Muito obrigado! – disse aos prontos.

- Obrigado não é o bastante. Pegues tua cadeira de rodas, venda-a e faça o mesmo por outro irmão, já que foi assim fizeram comigo.

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