quinta-feira, 14 de julho de 2011

Seja Feliz!

Estou aqui para ir contra tudo o que você aprendeu. Estou aqui para afirmar que você – quando parado – não está andando para trás. Afirmar que – quando anda – está realmente andando – e não parado. E quando corre que não está andando. Está definitivamente correndo!

Mas a grande pergunta é: correr para quê?

Certa vez escutei em uma palestra que o princípio básico de uma empresa de sucesso é a lucratividade. Uma empresa não sobrevive sem lucro. Em que pese ser verdade tal assertiva, muitos de nós não se dão conta do erro que estão sendo induzidos. Uma empresa de sucesso não significa um empresário de sucesso. Um empresário de sucesso pode não ser um ser humano realizado. A empresa – assim como boa parte de tudo o que nos cerca – não existe. Ou alguém ousaria dizer que consegue conversar com a empresa? Ela é formada por pessoas – como você, como quem vos escreve -.

Dizem que as escadas rolantes de São Paulo são as mais velozes do mundo. Quem nunca andou pela movimentada Avenida Paulista, ao meio-dia, aqui vai uma visão simplista: homens engravatados, com passos largos e fortes, correndo para o almoço. Todos iguais. Por fora. Por dentro, cada ser humano diferente. Particular em sua particularidade – sem soar redundante -. Com anseios e sonhos diferentes.

Pergunte a você mesmo o mais deseja na vida e poderá perceber que o dinheiro não está inserido em boa parte de suas futuras realizações. Podemos ter dezenas de carros, mas sempre teremos um único traseiro para guiar apenas um deles. Não é verdade? O que hoje é novidade, amanhã se torna obsoleto. O carro novo fica velho, e partimos para mais um desejo sem vontade. Não a vontade sensata.

Procuro aqui destacar uma visão mais altruísta do mundo. Mas não pense que não há egoísmo em todo ato altruísta. Nós sempre – grife-se o sempre – queremos nos sentir bem. Corremos em rumo à felicidade – e não – ao sucesso. Na vida – a cada dia – somos empurrados à mediocridade. Somos preparados para vivermos como o outro. A pensar como um todo. Marcas e costumes. Não é difícil reparar o quão interligado nós estamos. Porém algo nos afastou. Temos uma essência egoísta. Não percebemos que o outro também faz parte de nós. Que nós precisamos do outro, da mesma forma com que ele precisa de nós. Veja os países ricos, as pessoas ricas. O conceito de riqueza apenas existe em virtude da pobreza. É a necessidade humana de se sentir superior. Mas como podemos responder à indagação quando vemos um vendedor ambulante com um sincero sorriso estampado ao rosto, debaixo de um sol de quase quarenta graus, quando nós – dentro de um carro com ar-condicionado – estamos extremamente infelizes? Há algo a se pensar. A se explorar.

Um simples teste mostra como somos – mesmo subconscientemente – extremamente competitivos. Experimente pedir um copo de bebida a um amigo e ganharás dois. Agora peça aquele livro que precisas para a faculdade e pode não ter uma resposta tão positiva. O mesmo se diz com o cigarro ou qualquer outro vício.

Inócua será a nossa vida se não fugirmos da maior doença que assola a atual conjuntura humanitária: o excesso de normalidade.

Digo ser normal. Lato e estrito sendo. Encarar o bizarro como algo corriqueiro. Encarar situações completamente repugnantes como necessárias para a sobrevivência. O mundo se perdeu entre seus sonhos e devaneios – e agora – precisa se reencontrar.

Você já pode ter lido tudo o que escrevi. Não duvido. Mas eu pergunto: por que não praticastes? A compaixão, a serenidade, a honestidade e outros atributos tão necessários nos dias de hoje.

Ser honesto deixou de ser um conceito inerente ao ser humano para ser tratado como virtude. Não é raro escutarmos alguém gabar-se de ser honesto!

A compaixão foi fragmentada e hoje é utilizada por muitos para alcançarem objetivos nada gloriosos.

A serenidade perdeu-se no caos da vida. Entre buzinas e berros, tentamos encontrar uma paz cada vez mais escassa. Muitos estão a um passo de perder o controle, mas ainda não se dão conta disso. Uma mera discussão no trânsito, quando não importa quem estava errado, ocasiona uma série de atos concatenados que levam a uma tragédia. Abrimos o jornal – na mesa de casa – lemos isto e simplesmente fechamos os olhos – e o jornal – para a gravidade do problema.

As pessoas não devem mais cobrar uma atitude. Elas devem ser A ATITUDE!

Temos que unir o mundo do prazer e o mundo da realidade. Temos que afastar o efêmero do duradouro. É claro que precisamos trabalhar. Mas é verdade que precisamos brincar. Brincar como uma criança irresponsável, que sabe da sua responsabilidade. Brincar na praia até o dia ir embora não como uma mera distração de fim de semana, mas como um remédio para a alma. Você pode se dar a possibilidade de ser feliz! Precisa apenas afastar sentimentos nada bons como os de culpa. Não se culpes por sorrir. Por dormir um pouco mais tarde ou por ser criança, quando alguém o pede uma atitude adulta.

Chore. Ria. Viva. E SEJA FELIZ! Se a escada rolante vai rápido demais, dê graças a Deus que você pode subir as escadas.

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