quinta-feira, 14 de julho de 2011

Diga Não ao Preconceito

Dois rapazes – Ricardo e Felipe – entram no apartamento de Ricardo. Logo na sala, encontram Mário e Luiza, pais de Ricardo.

Os dois têm algo muito importante a dizer. Algo que – digamos – mudaria a vida de ambos para sempre.

– Papai. Querida mamãe. – inicia Ricardo, com o timbre de voz baixo, como que medindo as palavras.

Mário larga o jornal que lia em cima do sofá, enquanto Luiza, ao seu lado, move seu olhar em direção aos dois rapazes.

– Meu filho. – ela diz, com um tenro sorriso estampado ao rosto. – O que foi?

Mário, ao contrário, leva suas duas mãos ao rosto, apoiando seu cotovelo no joelho.

– O que foi agora, Ricardo? – ele diz, ajeitando seus óculos.

Ricardo, tomando um hausto de coragem, engole a seco as palavras que pensa em proferir.

– Acho melhor não. – falou Felipe, segurando com delicadeza o braço de seu amigo. – Não é a hora.

– Eu tenho que falar. – diz o amigo. – Eu preciso falar!

– Então fale. – diz a mãe, ainda não sorriso ao rosto.

– Falar o quê?! – questiona o pai, quase que dando um salto do sofá.

– Bem, mamãe. Muito bem, papai. A verdade é que Felipe não é. – diz, dando uma pausa em sua fala. – Apenas um amigo. Na verdade, ele é um amigo. – continua, mexendo levemente sua cabeça. – Um grande amigo. Mas não só um amigo.

– Não estou entendendo. – falou o pai, enxugando um pouco o suor que saía de seu rosto. – Aonde você quer chegar com isto?

– Mamãe. Felipe é uma pessoa muito especial. Muito mesmo. Uma pessoa que já faz parte – há muito tempo – de nossa família.

– Meu filho. – falou Luiza, abanando o ar com a mão. – Eu já entendi querido. – continuou, pondo-se de pé e afagando o rosto do rapaz. – Mamãe está muito orgulhosa com esta sua atitude corajosa. Vivemos em uma época moderna, em que devemos deixar para trás os preconceitos já sufragados pelo tempo. Eu acho que eu – assim como seu pai – compreendemos plenamente o seu sentimento; a sua opção e o seu direito a sexualidade. Não é, Mário? – perguntou, voltando ao marido, que estava estagnado. Em choque. Enquanto o suor não deixava seu rosto em paz.

– É… – falou, sem firmeza.

– Então meu docinho. Você é homossexual e Felipe, o seu namorado. É isto, não é? – falou, ainda com o mesmo sorriso e a mesma compreensão de uma mãe moderna.

– Sim! – gritou Felipe.

– Não! – divergiu Ricardo.

– Como assim? Não estou entendendo!

– Mãe, Felipe é o namorado do papai!

– O quê?!? – falou, com um ar de fúria. – Namorado de quem?! Puta que! Seu filha da...

Ricardo apenas teve forças para apontar para Mário. Pobre Mário. Que já jazia desfalecido ao chão, enquanto Felipe chorava copiosamente ao lado de seu amado.


Lição: É muito fácil dizermos que não somos preconceituosos. Difíceis é nos mostrarmos verdadeiros quando a vida nos coloca frente a frente com nosso real julgamento. NÃO À HOMOFOBIA!

Nenhum comentário:

Postar um comentário