terça-feira, 13 de setembro de 2011

O Velho Zahid II


Zahid chegara a um nível onde ninguém naquela terra havia chegado e isto espantava as pessoas, que disfarçavam a inveja com o deboche.
Entretanto, Lucas sentiu uma tremenda vontade de conhecer tal Mestre. Bobeira, continuava a dizer Gabriel, seu melhor amigo. “Você tem que se dedicar aos estudos de verdade. Quem sabe virar um magistrado”.
  • Magistrado é uma profissão honrada. Mas eu quero aprender a empunhar uma espada. A lutar.
  • Deixa de bobeira, Lucas. É o seu ego falando. Viva uma vida simples e serás feliz.

O que Gabriel não contava era a doença que acometeu o pequeno Lucas. Dias de cama. Dias de febre. Morte dada como certa. Apenas dada, porque o inesperado acontece de forma esperada. E era isto que Lucas previa, entre um delírio e outro. Viu a bruxa entrar por adentro, junto de Gabriel. Ele a havia chamado.
Seus pais pouco disseram. Qualquer ajuda seria uma ajuda. Há momentos em que aceitamos o que nos é oferecido, não por falta de fé, mas por medo de perdermos o que tem valor. Mudamos completamente nossa forma de pensar, nem que seja por alguns instantes.
E Lucas tomou um chá. Melhorou? Sim. Porém era esperado que o pais atribuíssem aos médicos e não ao espiritual.
Depois que se curou o mesmo procurou a senhora, que desaparecera. Perguntou a Gabriel: de onde veio o que me salvou?
O amigo limitou-se a responder: de um livro do velho Zahid.

E o destino foi selado. Lucas juntou durante quase dez anos dinheiro, e quando tinha seus 28 anos, partiu em meio ao deserto, em busca de conhecer e aprender com o homem que tinha salvo sua vida. Gabriel juntou foi. E tudo começou.

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