terça-feira, 13 de setembro de 2011

Velho Zahid IV

Acordaram bem cedo e os trabalhadores já estavam cavando.
Quem busca demais a felicidade acaba não encontrando. - disse o Maluco Beleza, pela primeira vez mostrando falar sério. Depois abriu um sorriso e entrou no calhambeque.
Isto anda na areia? - quis saber Gabriel, assustado.
Meu amigo, vou cantar! - ele colocou um uma fita e buzinou, como se estivesse em um trem. - Quem vai ficar?! Quem vai partir?! O trem está chegando, está chegando na Estação. É o ultimo do sertão! Ops! Deserto.
Os dois riram e lá foram com o “Maluco Beleza”. Eles iriam até a vila mais próxima e depois iriam ter que dar seu jeito.
Você sabe a idade do Velho Zahid? - questionou Gabriel.
Dez mil anos atrás!
Pare de brincar! - retrucou Lucas sorrindo.
Olha quem fala! Está indo atrás de uma lenda e não acredita na idade dele?!
A conversa foi tão divertida que logo eles chegaram à aldeia. Lucas tentou dar umas moedas de ouro ao “Maluco Beleza”, que não aceitou. - A honra é minha. Mande meus cumprimentos ao meu antigo parceiro!
De repente o homem sumiu no deserto levantando apenas o pó. Lucas e Gabriel pareciam que estavam acabando de acordar de um sonho.
Mas não tinham muito tempo. A sede pedia uma bebida.
Entraram em uma Taverna e pediram água. Gabriel viu duas pessoas cochicharem sobre o velho Zahid. Não gostou da expressão. Provavelmente tinha ouvido a conversa entre eles e o “Maluco Beleza”.
Cinco minutos depois foram servidos em duas taças lindas de ouro. Lucas ficou impressionado, enquanto Gabriel observava a moça servir. E justamente quando Lucas tentou dar um gole, Gabriel bateu com força na mão do amigo, gritando: Veneno!
Veneno?!
Você ficou tão obcecado pela beleza da taça que nem percebeu.
Mas porque alguém faria isto conosco?!
Não foi você que contou que Zahid não é bem visto em sua terra? Eles tentaram envenenar tudo que vem ele e tudo que vai e ele.
No mesmo instante os dois viram alguns homens se aproximarem. Levantaram-se rapidamente, mas Lucas foi segurado por um deles, com o nome de Levy, que exigiu que os dois voltassem de uma jornada que nem havia começado. Negando bravamente, Lucas foi obrigado a entregar todas as duas moedas de ouro. O que eles fariam? Quando um guerreiro toma sua decisão, ele tem que aceitar as consequências.
Depois de muito refletirem chegaram à conclusão que a única opção era mendigar. E Lucas teve uma boa ideia. Rasgou suas vestes, sob o olhar estranho de Gabriel. - Ficou louco?
Quanto mais surrado mais iremos ganhar.
Faz sentido. - disse Gabriel rasgando também a própria roupa.
E lá ficaram os dois amigos, pedindo ajuda e pouco recebendo. A cada moeda depositada eles prometiam rezar a Rosa Mística para abençoar a vida de cada um deles. O problema era que nenhum deles rezava! Era claro que Lucas tinha aprendido tal coisa no Manual de Alies. Algo que ele iria se arrepender muito.

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