Com um punhado de
moedas, os dois amigos seguiram sua jornada. Estavam cansados e
desatentos. Nenhum deles pensaria que haveria um desafio tão grande;
e mal sabiam que ainda não tinham visto nada.
Conversavam sobre
Deus. Lucas estava triste, lembrando de Pedro, seu pai. Se não fosse
Pedro, Lucas tinha certeza de não estaria no deserto
lutando pelo seu sonho. Rígido, porém bondoso. Como todos, errava.
Mas errava por amor. E não há nada mais honroso do que errar por
amor. Não desistir da pessoa. Sofrer em silêncio, mas ACREDITAR.
Lucas,
para passar o tempo, contou uma breve história: Sou uma pessoa que
detesta despedidas. Quem não detesta? Detesto tanto, que posso ter
comportamentos considerados até mesmo desrespeitosos; mas não são.
Minha
vizinha, uma senhora de quase noventa anos, me chamou para se
“despedir”. Eu não fui. Não quis. Bem, nunca sei o que se
passou no coração dela. Mas agora, sentado aqui, eu lembro com
carinho dela. Eu não me despedi; porque ela estará sempre no meu
coração. E eu sei que irei encontrá-la em breve. Poderia ter dito
um “até logo”, mas tais cenas são tão tristes, que eu prefiro
dizer: oi, que saudades!
Atencioso
Gabriel sabia que aquela era uma desculpa para amenizar a culpa.
“Quantas coisas perdemos por medo de perder” (Paulo Coelho),
pensou o rapaz.
Sem
mais nem menos, vendo a tristeza do amigo, Gabriel não sentiu
vergonha em dizer: Você sabia que eu te amo?
Em tom de deboche, Lucas balançou a mão no ar, soltando um riso. Em seguida começou a atravessar uma areia movediça.
Gabriel então puxou bruscamente o amigo para trás, que falou: Eu não acredito. Não seja grosseiro.
O amigo então apontou para a rua, onde um caminhão passou em alta velocidade, muito próximo dos dois
Em tom de deboche, Lucas balançou a mão no ar, soltando um riso. Em seguida começou a atravessar uma areia movediça.
Gabriel então puxou bruscamente o amigo para trás, que falou: Eu não acredito. Não seja grosseiro.
O amigo então apontou para a rua, onde um caminhão passou em alta velocidade, muito próximo dos dois
A
salvo Lucas perguntou a Gabriel: quase morri.
Gabriel
sorriu. - Claro que não. Foi apenas um susto.
- Pois é. E eu estava debochando. - disse ainda assustado. - Nós só conhecemos nossos amigos quando precisamos dele.
- Você precisou disto para reconhecer minha amizade?! Nós estamos andando no deserto atrás de uma lenda!
Os
dois riram e continuaram a caminhar. Agora com mais atenção.
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