sexta-feira, 11 de março de 2011

A Corrida

Era uma manhã de domingo, e acontecia uma corrida no pequeno parque da cidade.

Todos estavam ansiosos, e a maratona começou na hora marcada.

João, um rapaz muito jovem que havia treinado durante meses a fio, logo tomou a dianteira. Determinado, ele nunca aceitaria o segundo lugar. Ele havia treinado durante anos; estava obcecado pela vitória e não via nada além do que a linha de chegada.

Logo atrás vinha Paulo, um homem de meia idade, que tinha treinado durante um bom tempo e também desejava vencer. Ele corria com passos firmes, mantendo um bom ritmo.

O terceiro lugar era de Pedro. Um senhor, com alguns fios grisalhos, e que amava correr. Como os outros, ele tinha treinado durante um bom tempo, e tinha em seu coração a vontade de chegar a primeiro. Ele corria com esperança, admirando toda a beleza do parque.

Depois de quase uma hora a corrida chegou a seu momento final. Centenas de pessoas aguardavam na linha de chegada. Nervoso, João usou de toda a energia e determinação, deixando todos para trás.

Paulo ainda tentou acompanhá-lo, mas cansado, percebeu que ficaria com o segundo lugar.

Pedro, ao contrário, sentia-se feliz pelo terceiro, e sorria para todos ao seu redor.

Entre aplausos e gritos, João cruzou a linha, se saindo o vencedor. Ele havia conquistado o que sonhara e isso satisfazia seu coração.

Os outros logo foram chegando, até o último colocado.

No pódio, entre alguns aplausos, Pedro recebeu a medalha de terceiro lugar. Ao descer, era esperado por toda a sua família. Seus filhos estavam orgulhosos e o abraçaram com força, o levando de volta pra casa.

Paulo, o segundo lugar, ao descer do pódio, mostrou sua medalha de segundo lugar com carinho para sua esposa, que muito feliz, o deu um demorado beijo apaixonante.

Foi então a vez de João receber a medalha. Toda de ouro, e cobiçada por muitos, ele foi aplaudido pela multidão.

Ele desceu do pódio, e ao contrário dos outros competidores, ninguém o esperava. Foi então que percebeu sua solidão. Ele tinha em suas mãos a tão cobiçada medalha, mas com ela nada poderia fazer além de admirá-la. Ele iria para sua casa; vazia como seu coração. E agora, nem mais o desejo de vencer ele carregava; pois já havia vencido aquilo que considerava ser a prioridade de sua vida. Foi então que ele percebeu que havia dando tanta importância ao primeiro lugar, que não teve tempo de entender que nem sempre quem cruza a linha em primeiro, é o verdadeiro vencedor da vida.

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