quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Jamais

Certa vez um padre ficou furioso com a ordem do Bispo. Não obedeceu. Era injusta, a seus olhos. Os fiéis que apreciavam mais ao Bispo do que o complicado Padre começaram a se organizar para fazer uma ação e tornar o Padre mais humilde e menos orgulhoso.

Sumiram com hóstias. Trocaram vinho por suco de uva. Mancharam vestimentas e esconderam Bíblias.

A princípio o Padre achou que estava ficando louco. Mas mal os fiéis sabiam que, do outro lado, um forte inimigo do Padre preparava dezenas de ataques contra o mesmo. E foi a confusão.

Porém, ao invés de tentar fugir da Paróquia, o mesmo ficou lá em penitência, orando para um antigo padre que tinha conhecido e sofrera as mesmas provações.

Se a ajuda foi divina, ou não, ninguém saberá. Mas certo dia, o Padre começou a receber cartas e cartas. Cada uma com uma pequena pista. Aí sim ele ficou louco. Porém como estava determinado em se tornar igual ao padre que conhecera, foi em frente. Não tinha fixação ou vontade de ser igual a ele. Tinha sim um motivo para acreditar que tudo era possível. De que se alguém havia vencido, sua penitência o faria vencer.

Foi então que, durante uma manhã, o padre desconfiou. Começou a mexer na paróquia e pensou: como um investigador pode ter todas as respostas e não solucionar o caso?

Era aí que morava o problema: ele nunca iria imaginar na confusão e no ataque de pessoas tão próximas, que diziam que o mesmo havia enlouquecido.

Então, quando ele dividiu caso por caso, chegou a conclusão. A ignorância dele não mais o irritou. Quem pegaria as hóstias (já que nunca jogariam algo sagrado fora)? A beata! E o vinho? Alguém que bebesse! E as vestimentas? Um caridoso! E as imagens? Uma devota!

Com tudo respondido, ainda faltou o outro lado. Mas ele não mais se importou. Focou em descobrir quem enviava as cartas secretas e se emocionou. Nem mesmo os fiéis esperavam tal feito. Nem mesmo ele.

O padre então se ajoelhou em frente a imagem da Nossa Senhora da Rosa Mística e, depois de meses, orou. Agradeceu não aos fiéis, mas ao amor que um antigo padre tinha dado a ele: a,liberdade.

Existe um ditado em que diz: quando o discípulo está pronto, o Mestre aparece.

E o Mestre saberia e havia resolver agir por uma razão: Quem leva velas, é a escuridão.

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