segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O diálogo é seu melhor amigo

Em um tabernáculo, dois jovens se conheceram e beberam a noite inteira. Trocaram confidências como amigos de muitos anos. Os dois tinham muito em comum e a maior semelhança era: a insegurança. Eles praticavam esgrima, mas ainda não tinham conseguido reconhecimento. Lutavam e não escondiam a frustração.
E a amizade continuou. Tornaram a se encontrar mais vezes. Sentiam-se muito próximos um do outro. Porém certo dia, ao se cruzarem pela rua, um deles não viu o amigo. E o amigo enfureceu-se. Um ciumes tolo, mas justificável. Por outro lado, o ego dele fez com que continuasse a caminhar, fingindo não dar importância.
O tempo passou e certo dia os dois se encontraram em uma treino antes da primeira grande competição. O outro amigo também estava irado, afinal de contas, suas ligações não eram mais atendidas.
O duelo então começou. De tão espetaculares, todos ficaram deslumbrados com a troca de golpes. Cada golpe, mais violência. Mais raiva. Os dois estavam se destruindo!
Percebendo o fim trágico, um mestre chamado Razão entrou no meio dos dois, sem medo de ferir. Empurrou cada um para o seu canto e perguntou o que acontecia.
- Ele me ignorou! Eu sempre dei carinho! Não merecia!
- Eu o ignorei? Você não tem compaixão em contar tamanha mentira? Te ligo e você não atende! Como poderia ter te ignorado?!
A amiga da razão, vida, deu a sua voz encerrando o duelo. - A competição é em dupla. Eu os trouxe para treinar como companheiros e ficarei sem ninguém?
- Como? - ambos perguntaram.
Cegos de raiva, mal perceberam que haviam perdido a razão. Não escutado o coração. Foram domados pela raiva e o medo de perder poderia fazê-los perder tudo.

As vezes nós inventamos nosso próprio veneno. Não temos coragem de dialogar. De conversar. Pensamos que amor se constrói do dia para a noite, ao invés de usarmos a razão. Cada um possui seus defeitos e suas vontades. Uma relação é feita de ponderação e não de intimidação. O Budismo ensina que a maior tolice é dois sábios irem um contra o outro. As vezes precisamos conter os ciúmes, trabalharmos com a sinceridade e então entendermos tudo o que está acontecendo. A cabeça de um está confusa de tantos enigmas e a do outro, não entende que uma cabeça confusa não é capaz de se relacionar.
Mentir? Lamentável. Concordo. Mas as vezes não é apenas um lado que mente. Se tudo começou errado, então tinha que começar assim. Deepak Chopra diz que todos vivem o que tinham que viver e sofrem o que tinham que sofrer. O que aconteceu, aconteceu. Agora: você acha que os outros estão se importando conosco ou com algum segredo? A vida deles continua. E a nossa?

Reflita: liberte-se do julgamento, da culpa e da autopiedade. Elas são bagagens que não precisamos carregar.

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