domingo, 7 de agosto de 2011

Vento Que Venta Lá...

- Meu irmão, tenho que te contar uma! – falou Pedro, sentando-se bem ao lado do amigo, João.

– O que houve? – João o fitou com um olhar de espanto.

– Porra… – Pedro fez suspense.

– Conta logo, caralho!

– Tudo bem! – Pedro afagou o vento com as mãos, contraindo os lábios. – Porra, estou comendo a mulher de um maluco aí.

– Sério?! – João ajeitou-se na cadeira, arregalando os olhos. – É casada?

– Casadíssima! – contou indo às gargalhadas. – Nem faz questão de tirar as aliança quando estamos na cama! A mulher é uma pervertida mesmo! Tem até o nome do cara tatuado naquele lugar…

– Puta que pariu! Que corno! Você está mandando muito bem! – falou o João, batendo com força no ombro do amigo. – Mas como vocês fazem?

– Aí que vem o sinistro! O cara também é médico, sabe?

– Da onde?

– Não sei de nada. Só sei o pouco que ela me conta. – explicou o amigo. – Mas escuta! – continuou, voltando a rir. – Toda a noite o BIP dele toca. Ele levanta às pressas, diz que é uma chamada do hospital e sai correndo de casa!

– Chamada do hospital porra nenhuma!

– Eu não quero nem saber! Só sei que quando o BIP dele toca, o meu também toca! – agora os dois riam sem parar.

– Que otário! Você é o cara! Por isso eu te amo!

– Otário mesmo!

– Espere um minuto. – pediu João, levando a mão ao bolso. – Meu BIP está tocando.

– Ih. – falou Pedro, pondo-se de pé. – O meu também.

– Tenho que ir! – avisou João. – É do hospital.

– Eu também! – despediu-se Pedro. – É a mulher! O BIP do corno deve ter apitado.

– Sem dúvida!

Um comentário:

  1. Olá, Raphael. Adorei seu texto. Tens estilo. Devaneios aguarda sua visita.

    ps. Sigo o seu blog!

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